Tuesday, February 28, 2012

O Pica-no-Chão

Depois de um belo dia de praia - abrasador, diga-se de passagem - Pica-no-Chão descuidou-se. Acontece a muito boa gente que não tem cuidado com o Sol (e também acontece com galo): queimou, torrou, e o "perdigão" perdeu parte das penas. Ao verem-no assim,



















bocas gulosas já o sonhavam no espeto, a dar uns retoques, a aloirar mais um pouco, a apimentar. Mas Pica-no-Chão, pernas para que te quero! Se pensavam que iam fazer dele barbaridade no prato estavam muito enganados! Foi-se a bom correr. O que até faz bem à saúde.

Galo que é galo não acaba no prato, procria, morre de velho. E também não serve para ponto-de-cruz. Isso é coisa de maricas, de frango de aviário!


(1. A propósito: «Galo» - Wikipedia; 2. E o poema:
«Perdigão perdeu a pena

Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.

Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.

Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.»

«Luís de Camões» (c. 1524-1580) - Wikipedia; 3. Composição, em cima, a partir de imagens disponíveis na Web)

No comments: